A ESPERANÇA NUNCA MORRE
Os fatos ocorridos nesta
semana que culminaram com a morte de 76 pessoas num acidente aéreo, os
protestos ocorridos em Brasília com a votação da PEC 241 no Senado Federal, da
lei anticorrupção na Câmara dos Deputados, da decisão do Supremo Tribunal
Federal declarando que o aborto antes dos três meses não é crime, de algum modo
dizem respeito a todos. É claro que nenhum destes fatos pode ser visto como bom
e positivo, apesar disso eles ajudam a reacender a esperança.
O Bispo de Chapecó, na
mensagem que dirigiu ao mundo por ocasião do funeral coletivo na Arena Condá,
começou com estas palavras: “A reunião de
hoje tem o objetivo de celebrar a vitória da Esperança” e citou o profeta
Isaías, no mesmo texto que se lê na liturgia deste domingo: “Nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir
da raiz, surgirá o rebento de uma flor; sobre ele
repousará o espírito do Senhor: espírito de
sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de
ciência e temor de Deus; no temor do
Senhor encontra ele seu prazer”. Esta
afirmação foi feita ao povo de Israel 700 anos antes do nascimento de Jesus,
quando o povo sofria terrivelmente sob o domínio de um governo injusto causando
todas as formas de dor e de morte.
Isaías conforta os desassistidos com palavras de esperança: “a
partir da raiz surgirá o rebento de uma flor”, na mesma intensidade a igreja
reunida neste segundo domingo do advento proclama com o Salmo: “Nos seus dias a
justiça florirá”.
São Paulo escreve aos Romanos, o que pode ser aplicado também
nestes tempos: “Tudo o que outrora foi
escrito, foi escrito para nossa instrução, para que, pela nossa
constância e pelo conforto espiritual das Escrituras, tenhamos firme esperança.
O Deus que dá constância e conforto vos
dê a graça da harmonia e concórdia, uns com os outros, como ensina Cristo Jesus”.
E Mateus apresenta a pessoa de João Batista e o seu anuncio
da chegada daqueles que vinha sendo prometido por muitas gerações. A chegada do
messias pede uma mudança de vida e João Batista não tem medo de desafiar a
todos para um novo estilo de vida: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo. Produzi
frutos que provem a vossa conversão. Eu vos batizo com água para a
conversão”.
Certamente
estas palavras se aplicam ao cotidiano da vida e especialmente no confronto com
os fatos ocorridos nesta semana. Diante de toda dor, de todo sofrimento e de
toda a injustiça cada pessoa pode se perguntar: Em que medida preciso modificar
o meu modo de ver e fazer as coisas para caminhar na esperança e com
tranquilidade para o encontro do Senhor que vem.
É por
isso que rezamos no início e no fim da missa: “Que nada nos impeça de ir ao encontro do Senhor que em; e que esta
eucaristia ensine a julgar com sabedoria os valores terrenos para alcançar os
bens eternos”
Em
outras palavras que nada apague a esperança!