DEUS
É REI! EXULTE A TERRA DE ALEGRIA
Se
tem uma situação que faz parte das preocupações cotidianas é a que diz respeito
ao futuro, às realizações profissionais, a felicidade e até ao que virá depois
da morte. A liturgia da Igreja nos convida a fazer memória da Transfiguração do
Senhor, também chamada na piedade popular de Festa do Senhor Bom Jesus. Note-se
que esta celebração acontece 40 dias antes da Exaltação da Santa Cruz, e tem
por objetivo deixar bem claro que a bondade e a vitória do Bom Jesus não estão desligadas
da Cruz e do sofrimento. A Palavra de Deus que ouvimos nesse domingo nos
apresenta três situações que apontam exatamente nessa direção.
Na
primeira leitura o profeta Daniel fala de um reino futuro que não terá fim, mas
que antes exige enfrentar provações: “Eu continuava olhando até que foram colocados uns tronos, e
um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Seu trono
eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. Derramava-se aí
um rio de fogo que nascia diante dele”. Passando por essa provação o que estava sentado no trono: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e
todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não
lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.
São Pedro, na segunda leitura, escreve com a
autoridade de quem vivenciou todo o processo que levou Jesus à glória e a
realeza: “Não foi seguindo fábulas
habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua
majestade. Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando
do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: "Este é o
meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer". O texto de hoje
se conclui com uma recomendação para o nosso tempo: “Façam brilhar a Palavra que vocês ouviram como um tesouro em seus
corações”.
Mateus começa o Evangelho desse domingo
apresentando os discípulos testemunhas da mais extraordinária revelação. Pedro,
Tiago e João, foram levados para a montanha, lugar onde normalmente Deus se
revelou aos antepassados, ali ouviram a voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no
qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!" O
Fato acontece no sexto dia, o mesmo que Deus criou o primeiro homem que se
deixou corromper pelo pecado, agora Deus revela sua nova criatura: O Filho de
Deus plenamente renovado, o qual faz novas todas as criaturas.
Não
se trata de uma mágica para impressionar os desavisados discípulos. A
transfiguração acontece no contexto do cumprimento da lei cujo representante é
Moisés e no cumprimento das profecias cujo representante é Elias. A nova
criatura que se dá a conhecer no sexto dia é o cumprimento perfeito de tudo o
que o povo de Israel acreditava. O homem perfeito veio realizar tudo que tinha
sido prometido ao longo do tempo.
Os
discípulos ficaram encantados com a cena deslumbrante que presenciavam e
estavam dispostos a permanecer nessa condição para sempre. Entretanto a voz que
veio do céu não termina com o reconhecimento daquele que foi enviado, mas
convida todos em todos os tempos seguir o único e verdadeiro mestre. O Filho de
Deus que se fez conhecer no sinal da transfiguração continua convidando-nos a
descer da montanha das nossas certezas e seguranças para transfigurar o mundo
Jesus
continua a chamar cada pessoa, como fez com os três discípulos: “Levantem-se não tenham medo”! Se
acreditamos na oração que fazemos no salmo, podemos caminhar sem medo:
Deus é Rei, é o Altíssimo,
muito acima do universo.
As montanhas se derretem como cera *
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça, *
todos os povos podem ver a sua glória!