quinta-feira, 15 de junho de 2023

HOMILIA PARA O DIA 18 DE JUNHO DE 2023 - 11º DOMINGO COMUM - ANO A

 CHAMADOS A TESTEMUNHAR

A COMPAIXÃO DO SENHOR

Dentre as coisas bonitas que a vida nos oferece uma delas é poder contar com a ajuda e companhia de pessoas que nos amam e com quem podemos partilhar nossas preocupações, dores, sofrimentos, alegrias, esperança e assim por diante. Construir a solidariedade é uma das formas mais extraordinárias que se pode cultivar nas relações interpessoais.

Pois a Palavra de Deus na liturgia desse domingo mostra exatamente essa realidade, porém é Deus mesmo quem caminha e   dá segurança ao povo ao longo da história. Na construção de relações solidárias Deus se faz sentir através de pessoas que ouvem e interpretam as suas disposições para caminhar dando segurança para todos. Isso fica claro na pessoa de Moisés, de Paulo, e da comunidade dos discípulos enviados por Jesus.

Na primeira leitura fica clara a iniciativa de Deus fazendo de Moisés um seu intermediário com a tarefa de fazer uma nação inteira como sinal da sua presença para todos os povos: “Moisés, então, subiu ao encontro de Deus. O Senhor chamou-o do alto da montanha, e disse: "Assim deverás falar à casa de Jacó e anunciar aos filhos de Israel, como vos levei sobre asas de águia, portanto, se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre todos os povos”. A proposta de Deus consiste em garantir libertação definitiva ao povo de Israel. Se depender da vontade de Deus, os israelitas nunca mais experimentarão a escravidão e a opressão que haviam sofrido os seus antepassados.

Na carta aos Romanos Paulo deixa claro que a salvação de todos não é mérito de uns ou de outros, nem tampouco se destina a alguma categoria especial de pessoas. Os discípulos são os primeiros enviados para mostrar ao mundo o incondicional amor de Deus pela humanidade. O amor de Deus tem dimensões espantosas: “Quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. Muito mais agora, que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira por ele. Quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho; quanto mais agora, estando já reconciliados”. Só um amor sem reservas é capaz de entregar o seu próprio Filho como prova da sua preocupação e cuidado para com todos.

No Evangelho Mateus apresenta Jesus com olhar compassivo e preocupado com a condição dos seus conterrâneos: “Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor.  Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: 'O Reino dos Céus está próximo'. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios”.

As palavras de Jesus aos discípulos têm tudo a ver com as insistentes recomendações que nos faz o Papa Francisco no que se refere a prática pastoral da Igreja e dos ministros na atualidade: “Compaixão e misericórdia. E se a compaixão é a linguagem de Deus, muitas vezes a indiferença é a linguagem humana. Quantas vezes olhamos para o outro lado… E assim fechamos a porta para a compaixão” alerta o Papa.  

A compaixão nos convida ao compromisso, ao anuncio do Reino de Deus, nossa missão como cristãos consiste em continuar a missão de Jesus, doando gratuitamente aquilo que recebemos na mesma condição: “De graça recebestes, de graça deveis dar”. Peçamos a graça de compreender a dimensão da compaixão e da preocupação de Deus com a humanidade sendo capazes de transformar a nossa vida em serviço de cuidado e preocupação com a vida digna para todos, com o acolhimento e com a alegria do Evangelho. A missão dos seguidores de Jesus, em todos os tempos, consiste em lutar contra tudo o que compromete a qualidade da vida e a felicidade das pessoas. Afinal de contas, rezamos no salmo: “Nós somos o povo e o rebanho do Senhor”.

 

 

 

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