TODOS SOMOS IRMÃOS AMADOS E ESCOLHIDOS
POR DEUS
Corações ardentes e pés a caminho! Esta
frase foi ouvida muitas vezes ao longo desse ano nas atividades da Igreja. Hoje
mais uma vez ela se presta para ajudar compreender a Palavra de Deus que
ouvimos nas três leituras. Em poucas palavras a expressão significa não ter
medo de enfrentar os desafios do cotidiano e colocar sempre em Deus toda a
confiança pois é Ele a única e absoluta segurança quando se trata de empreender
todos os esforços para que as relações cotidianas sejam fraternas, justas e
responsáveis.
O profeta Isaias confirma as ações de
Deus quando se trata de mostrar os caminhos por onde é preciso andar: “Isto diz
o Senhor sobre Ciro, seu Ungido: "Tomei-o pela mão. Por
causa de meu servo Jacó, e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome;
Eu sou o Senhor, não existe outro”. As palavras são aplicadas a Ciro Rei da
Pérsia, a escolha que Deus faz por ele não tem o objetivo de lhe engrandecer e
cumular de poder para que fosse reconhecido como tal, pelo contrário a ação de
Deus tem um objetivo bem claro: “Fiz tudo isso por causa do meu servo e do meu
povo”! A autoridade confiada ao Rei só se justifica à medida que é colocada a
serviço da felicidade e do bem-estar do povo! Ontem, como hoje, Deus atua no
mundo com simplicidade e discrição, chama quem e do jeito que Ele quer, mas
sempre vista da missão.
Paulo escreve aos tessalonicenses
elogiando sua seriedade e compromisso com tudo o que dele tinham recebido. Apesar
das dificuldades as pessoas daquela comunidade foram testemunhas corajosas de
tudo o que Deus lhes tinha mostrado por meio de Paulo: “Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos
sempre em nossas orações. Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a
atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa
esperança em nosso Senhor Jesus Cristo”.
Mais uma vez os fariseus se apresentam com
perguntas embaraçosas cujo objetivo é armar uma cilada: “Os fariseus fizeram um
plano para apanhar Jesus em alguma palavra”. Como das outras
vezes Jesus não se deixa envolver pelas intrigas dos seus adversários e lhes
devolve o questionamento com outra pergunta: “De quem é a figura e a inscrição
desta moeda?" Obrigados a dar uma resposta de acordo com o sistema
que eles apoiavam os fariseus não tiveram outra alternativa que não confirmar
as suas reais intenções. Então Jesus faz a necessária distinção entre os
compromissos sociais, políticos e econômicos e a pertença a Deus de toda a
existência humana: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que
é de Deus".
Enquanto na moeda do império está
gravada a imagem do imperador, no coração humano está gravada a imagem de Deus.
Portanto, vivendo no mundo a pessoa tem a responsabilidade de cumprir todas as
obrigações inerentes às relações de pertença e de colaboração com o bom êxito
de todas as atividades realizadas no seu cotidiano. Mas, como propriedade
marcada por Deus deve ao mesmo tempo relativizar todas as coisas e confiar toda
a sua existência nas mãos de Deus.
Também para os cristãos dos nossos
tempos a referência fundamental precisa ser Deus com todas as suas implicações
e responsabilidade, ao mesmo tempo não se pode viver à margem do mundo sendo
omisso diante das responsabilidades na construção de um mundo bom e fraterno,
um mundo onde caibam todos e todos sejam respeitados e valorizados na sua
individualidade.
Como seguidores de Jesus somos desafiados a viver com
entusiasmo a fé, a esperança e a caridade, não nos deixem insensíveis as coisas
bonitas, mas não permita que nos silenciemos diante da morte e da dor que
muitas vezes tomam conta das relações cotidianas.
Concede-nos de proclamar e reconhecer o que rezamos no salmo:
Adorai-o no esplendor da santidade, *
terra inteira, estremecei diante dele!
Publicai entre as nações: "Reina o
Senhor!" *
pois os povos ele julga com justiça.